hoje acordei assim

acordando a moda


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A Moda é poliglota ♡

 

08Aliviada minha revolta do post anterior, volto aqui cheia de amor no coração pra assumir o meu amor pela minha profissão (até rimou ♡). Talvez seja por isso mesmo que certas coisas me deixem tão indignada.

 Assim como a grande maioria das meninas da área da Moda, desde bem pequena, da época das Barbies, sempre gostei daquela coisa das encantadas roupinhas de boneca. Minhas brincadeiras eram, basicamente, trocar as bonecas de roupa infinitamente. Eu tinha paixão por vestido de noiva, aquela coisa imensa, pomposa! Mas nunca tive grandes idealizações em me ver de noiva ou algo do gênero. Só há poucos anos fui assimilar e entender que o vestido de noiva me encantava pela sua grandeza – era um vestido importante, digamos – e não pelo casamento em si.

 Vejo a Moda como um mundo imenso, concreto, imaginário, infinito, transversal, multidisciplinar e colorido. E nessa infinidade de possibilidades, tudo que envolve pesquisa me encanta! Desde pesquisar novas ideias, tecidos, cores, digamos.. pesquisar as “células” que se transformam em roupa; até pesquisar como as pessoas se comportam com esse “organismo roupa”. Essa coisa dos bastidores, construir, gerar e ver seu “filho” ser apresentado, seja numa arara de loja ou em um filme independente (sim, já fiz o figurino de um com algumas amigas), isso faz meus olhos brilharem, meu coração aquecer no conforto de um orgulho de ter construído “aquilo”.

 Quando comento com alguém sobre essa construção, essa gestação de um trabalho, e a pessoa entende isso como perda de tempo, eu sinto como se chutassem a cabeça do m

eu filho – e olha, que eu ainda nem tenho um bebê. Dá raiva, revolta, vontade de chorar… Um misto de sentimentos de decepção. 

Eu defendo a Moda não só pelo amor a minha profissão, mas pela sua importância, significância, tão grande e complexa que até hoje ninguém conseguiu definir um conceito de fato. E quer saber? Nem vai. A riqueza e relevância da Moda é isso, essa variedade infinita de outras áreas que ela se cruza, a Moda é orgânica.

Oi Fashion Tour 2007 - BH

Oi Fashion Tour 2007 – BH

Moda pode ser roupa, sapato, cor, cabelo, unhas, Design, comportamento, música, novela, História, decoração, Arte, Jornalismo, gírias, gestos, esporte, Sociologia, humor, linguagem, consumo, estilo, Ciências Sociais, imagens, Semiótica, comida, Antropologia… Moda pode ser ele, você, eu, nós. 

 Se você não entende, ok. Mas seja educado e, ao menos, respeite. 

Hoje acordei assim, apaixonada ;)


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Designer de Moda com muito orgulho

Sou Designer de Moda, formada, pós-graduada e, por mais que eu ame isso, uma coisa que me tira do sério é como os “não-profissionais da moda” CAGAM minha área profissional. 

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 Claro que existem empresas e empresas, assim como casos de pessoas que não precisam de formação para serem bons profissionais ou, também, quem tenha formação e seja péssimo profissional. MÂS, amigos.. de um modo geral é tudo desanimador, frustrante, assustador, revoltante, entre outros sentimentos brochantes. Não vou nem entrar em detalhes sobre a crise na moda brasileira que tá rolando agora.

 Acho que ainda não cheguei a comentar aqui, mas sou formada em Design de Moda em 2006; trabalho desde 2004. Já passei por vários lugares, vários trabalhos, muitas pessoas, infinitos aprendizados… Lembro de uma época que acordava exatamente no horário em que o jornal da TV passava uma espécie de classificados. E era bem complicado acordar sabendo que eu, formada, ganhava menos que um Operador de Retroescavadeira– escolaridade exigida: Ensino Fundamental. Não estou desmerecendo a profissão, não me entendam mal. 

 A questão, o revoltante, é o fato que os “não-profissionais donos de empresas de moda” além de não valorizarem o profissional da Moda, FODEM a área, contribuindo para o discurso ignorante que parte do princípio que moda é roupa, é supérfluo, e coisas do gênero. “Não-profissionais donos de empresas de moda” que justificam sua incapacidade em liderar uma empresa com o discurso do “a moda é muito corrida, não dá tempo de se programar, de se organizar”. Olha, se você não sabe como fazer isso, EU SEI. Se você prefere ouvir sua “mãe proprietária”, seu “marido administrador” ou seu irmão sei lá o que, continue nadando na sua desorganização e no seu prejuízo. Mas se você quer um profissional que agregue conhecimento, informação, te ajudando a resolver esse problema, pode me contratar – ou te indico algum profissional competente pra isso. Mas, desculpa, nós não trabalhamos de graça. Você me propor o mesmo salário de um Operador de Retroescavadeira não vai ser um favor, vai ser uma OFENSA.

 Se você quer que alguém faça um milagre na sua empresa sem respeitar e valorizar o “profissional milagreiro”, vai pedir indicação pro açougueiro que você diz que é seu médico.

Como já disse aqui eu não sou Design e nem fiz faculdade de Designer.

 Grata.